Até o calendário de 1961 colaborou, fixando o 26 de março para um domingo. Era o aniversário do Aimoré. Mais: era o jubileu de prata (25 anos de clube). A natureza ajudou também, embora aquela manhã, fosse marcada por um dia acinzentado e ameaçando chuva. Pelas nove e meia o sol despontou.
Mas, antes disso, era seis horas e a alvorada festiva acordou a cidade, com os clarins da banda 19ºBIMTZ (na época era RI – Regimento de Infantaria), com o foguetório e com dois jornalistas “acordando” os ouvintes, transmitindo comentários, saudações e entrevistas sobre o grande dia, direto dos estúdios da Rádio São Leopoldo: Braz Oliveira e Ribeiro Pires.
Às 8 horas, a cidade teve as ruas centrais bloqueadas, para que acontecesse uma corrida de automóveis, com os então mais famosos pilotos do Estado. Às dez horas, romaria ao cemitério municipal, onde foram depositadas flores nos túmulos de dirigentes, atletas e sócios falecidos. Uma hora depois, missa campal, em pleno gramado do estádio.
Mas, a grande festa ficou, mesmo para a tarde no estádio. Às 14 horas, o fogo simbólico deixou a velha Taba Índia, no antigo Bairro Rio dos Sinos, onde o clube nasceu em 1936, sendo conduzida ao novo estádio, sob o acompanhamento da Banda Marcial do Colégio Nossa Senhora das Dores, da Capital,e pelo bloco “Os Cobras”, campeão do carnaval leopoldense. Joãzinho, o craque laureado do clube, conduziu a chama e entregou ao patrono Lulu Weinmann. Ao meio dia, no toldo armado junto ao pavilhão social, mais de MIL pessoas participaram do churrasco prestigiado por altas autoridades.
No desfile, na pista olímpica do novo estádio, dirigentes e jogadores, foi um grande momento de emoção. Terminado o desfile, todos de pé, a banda o 19º BIMTZ fez soar os acordes do hino do Aimoré, autoria do vereador Antonio Guaglianoni, ele presente ao estádio emocionou-se, ganhou um título de sócio honorário e uma cadeira cativa no estádio. O presidente Gesner Reis delegou poderes a Othon Blessmann para que entregasse o estádio ao povo. Com palavras bonitas, grande orador, Blessmann fez um discurso muito emotivo. A Escola de Samba “Fala Mangueira, da capital prestou sua homenagem cantando a música “Cacique da Taba”, de autoria do radialista Ary Georg.
Depois, 180 figuras da Banda Marcial da Dores, deram um grande espetáculo. Após, minutos antes das quatro da tarde, com o gramado já vazio e o estádio completamente lotado, um pequeno avião teco-teco aproximou-se, baixou o que foi possível e a 120 metros de altura largou a bola de jogo de paraquedas. O público respondeu com uma ovação.
Sobre o jogo inaugural aí é outra história.
Um comentário:
Parabéns pela matéria! Pelo jeito São Leopoldo abraçava o AImoré naquela época! 50 anos de Monumental e 75 do clube, que momento!!
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